sábado, 31 de agosto de 2013

Desfolha e monda 2013 no Dão

Aproveitei a semana de 10 a 17 de Agosto, para fazer um primeiro balanço sobre como esta a decorrer o ciclo vegetativo e agir em consequência. 

A ideia geral com que se ficou é que o ciclo anda atrasado. 
Isso em geral, porque depois a situação varia consoante os microclimas, as exposições, as castas... 



No meu caso, a vinha centenaria é a que esta mais adiantada. 
O Jaen bem reprensentado nessa vinha (uns 40% do encepamento) ja estava bem escuro e a Baga tb seguia em bom ritmo. 
Prevejo uma vindima da vinha centenaria logo assim que chegar, la para meados de Setembro. 



Nas outras vinhas, esta tudo mais atrasado. Naquela altura ainda estava tudo no primeiro terço do pintor. Havia mesmo ainda muitas cêpas a iniciar o pintor e mesmo algumas com os cachos ainda totalmente verdes. Depende de varios factores, a começar pela casta. Alem disso o facto de na vinha salva ter havido geada tambem atrapalha. 


 Foi altura de realizar monda e desfolha para prevenir podridão e ajudar a maturação nas videiras mais atrasadas. 

A desfolha do lado nascente, para que os cachos fiquem bem arrejados, num ambiente livre de humidades e que possibilite aos cachos aproveitar os raios de sol matinais.




Nas videiras mais atrasadas (por causa da geada ou da casta), onde os cachos estavam todos verdes, a monda foi a mais severa. Ficavam nesse caso apenas uns 3 cachos por videira. A ideia é assim produzir qualidade e equilibrar os prazos de maturação. Trabalho minucioso, de joalheiro.


Nas videiras intermediarias, onde o pintor ja tinha iniciado, tambem se fez monda severa, mais ja não tão forte como no primeiro caso. 

Nestes dois primeiros casos, fora parte as videiras que sofreram com a geada de fim de Abril, encontramos castas de ciclo tardio, principalmente a Baga, O Negro Mouro (nome local do Camarate) e a Tinta Amarela. Mas tambem outras castas antigas que hoje em dia ninguem sabe bem o que são.


Nas Videiras ja mais adiantadas, encontramos a Tinta Pinheira. 
Neste caso tambem se defolhou e se mondou, mas de maneira menos intensa.
A ideia é procurar equilibrio. Deixando um pouco mais carga que nas outras castas, ja se consegue atrasar o ciclo desta. Mesmo assim os niveis de carga são bem baixos, adequados ao nivel de precisão pretendido.



Na foto seguinte, podem ver uma videira de Tinta Pinheira antes da nossa intervenção...


Na foto seguinte, a mesma videira, depois da desfolha e da monda.


No exemplo seguinte, vemos algo que detesto ver, cachos ao monte, enconstados uns aos outros.
Destesto ver isto, porque assim que chovesse seria sinonimo de podridão. Ja não se aproveitaria nada...


Como tal não pode ficar uma unica videira assim.
Vejamos na foto seguinte a mesma videira depois da nossa intervenção.
Os cachos são menos, mas mais soltos e arrejados.



Para finalizar o post de hoje, fica uma imagem do que fazemos nas vinhas de que cuido e que ilustra bem o nivel de exigência que ponho no que faço.

E uma pratica que muitos poucos fazem (podem se contar nos dedos de uma mão?), da imenso trabalho. Trata-se de cortar os respigos das netas. Parasitas, que andam ali a consumir recursos que prefiro canalizar para onde são realemente necessarios.


Agora é esperar pela vindima. Nas proximas semanas podera se começar a seguir a evolução da maturação, até chegar aquele ponto "al dente".

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